A maioria das pessoas que procuram pela psicoterapia clínica não apresentam casos graves de doenças mentais ou psicopatias. Elas apresentam algum tipo de sofrimento, maior ou menor, causado por algo externo que tenha ocorrido ou por questões intrínsecas ao indivíduo.
O que é um sofrimento emocional só cabe a pessoa que sofre poder dizer. Eu posso sofrer imensamente por falhar numa prova e sentir que não vou aguentar, que preciso de ajuda, enquanto outras pessoas conseguem lidar com situações muito piores como morte na família, doenças graves de maneira a não sucumbir, ou então, as mesmas pessoas fortes que passaram por situações difíceis, de repente passam a sofrer com coisas aparentemente sem sentido como por exemplo, fobia de lagartixa. Em síntese, a intensidade do sofrimento psíquico e como lidamos com ele é diferente de pessoa para pessoa e também difere nos diversos momentos da vida.
O momento certo de procurar por um psicólogo clínico é então aquele que você sente que precisa de ajuda para entender melhor um momento difícil que está passando ou diminuir um sofrimento emocional que esteja sentindo.
Vamos começar esclarecendo que o psicólogo não é aquele que lê pensamentos, que te analisa só com um olhar, nem aquele que vai te dizer o que fazer, que tem dicas preciosas, que irá resolver os seus problemas como se fosse mais conhecedor da sua vida do que você mesmo.
Ele é apenas um estudioso da mente humana que se propõe a possibilitar ao paciente um ambiente seguro, confidencial e sem julgamento onde juntos possam desenvolver um relacionamento confiável que permita o paciente conversar livremente sobre seus conflitos. A partir destas conversas e embasado em suas teorias o psicólogo irá ajudar a trazer luz e entendimento para as questões do paciente.
A teoria psicanalítica é uma entre muitas teorias utilizadas para entender a mente humana e embasar os atendimentos psicoterápicos. Ela foi criada por Sigmund Freud no início do século XX e difundida pelo mundo através de muitos seguidores que foram evoluindo seus pensamentos, alguns se diferenciando dele em alguns pontos, mas de maneira geral, a base da teoria se manteve a mesma.
A psicoterapia psicanalítica também é a abordagem mais indicada para quem procura o autoconhecimento, para entender a si mesmo e o mundo que o rodeia. Muitos profissionais como os escritores, atores, artistas, diretores de cinema se utilizam da psicoterapia psicanalítica para seu desenvolvimento pessoal e profissional.
A jornada feita pela abordagem psicanalítica é única para cada indivíduo que ela trata, nenhum paciente é igual ao outro e a terapia pretende não só diminuir sofrimento, mas também ajudar o sujeito a compreender seu verdadeiro eu, com suas reais necessidades, entendendo seus desejos conflitantes, suas fragilidades e potencialidades.
A técnica psicanalítica se difere das demais por acreditar em um inconsciente que influencia nossos pensamentos e comportamentos e a maneira de acessá-lo é através de nossas próprias palavras. E este é o instrumento de trabalho do terapeuta psicanalítico – as palavras.
E dentro deste espaço seguro, psicoterapeuta e paciente começam a encontrar vagarosamente as palavras para descrever, organizar e compreender o que pode até agora ter sido sentido como experiências indescritíveis e, portanto, incompreensíveis. Esse processo da psicoterapia psicanalítica de encontrar palavras para expressar nosso mundo emocional faz com as coisas comecem a fazer sentido e se encaixar. Os sentimentos de confusão e angústia que antes tomavam conta, começam aos poucos dar lugar a uma vida original e estimulante.